terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Radiocronologia


A radiocronologia é um dos métodos de datação absoluta mais rigorosos, que se baseia na desintegração regular de isótopos radioactivos naturais. Esta desintegração é regular temporalmente, isto é, a velocidade a que ocorre é constante para cada elemento e não sendo afectada por condições ambientais, como a temperatura e pressão.
As rochas possuem certos elementos instáveis, em que o núcleo dos seus átomos se desintegra espontaneamente, cada um desses radioisótopos designa-se por isótopo pai. Os átomos resultantes da desintegração do isótopo pai designam-se por isótopos filhos. A desintegração ocorre sempre no sentido de obter átomos filhos mais estáveis.
O tempo necessário para que se realize a desintegração de metade do número de átomos iniciais, originando os átomos filhos estáveis, denomina-se por período de semivida. Estes períodos de semivida variam consoante os elementos radioactivos, alguns são muitos longos, outros são curtos, sendo esses valores utilizados na determinação da idade das rochas.

 
               
 Os radioisótopos mais utilizados são o potássio-40, urânio-238 e o carbono-14, sendo este último importante essencialmente na datação de materiais orgânicos.
                A relação entre a quantidade de isótopo pai e a quantidade de isótopo filho permite chegar por cálculo à datação do início da desintegração. Essa datação corresponde ao momento em que a rocha se formou, a idade da rocha será contada a partir do início da desintegração do isótopo pai e será dada pelo número de semividas decorrido até ao momento considerado.
Por exemplo se existir 25% do isótopo pai, significa que 75% se desintegrou e produziu-se 75% do isótopo filho. Estas percentagens permitem saber a idade do radioisótopo presente na rocha pelo seu período de semivida.
É um método difícil de por em prática, porque as concentrações de isótopos radioactivos presentes nas rochas são muito baixas, existe ainda a contradição de por vezes ao isótopo pai se juntar outro isótopo após a sua formação, e ainda a perda de algum isótopo filho. É importante referir também que este método é utilizado na datação de rochas magmáticas, em relação aos outros dois tipos de rochas, não refere a idade da génese, pois os minerais constituintes provêm de rochas já existentes.

Bibliografia:
- TORRES, J. A. V. ; Estratigrafia, Princípios y métodos, 1994;
http://pt.wikipedia.org/wiki/Data%C3%A7%C3%A3o_radiom%C3%A9trica;

sábado, 13 de novembro de 2010

Fácies

O termo Fácies foi desenvolvido pelo geólogo Amanz Gressly no séc. 19 e define-se como o aspecto, a natureza ou a manifestação de carácter, normalmente reflectindo condições de génese, de camadas, de rochas ou de constituintes específicos de camadas de rochas, sendo independentes do tempo de origem.
Este é um conceito alargado mas existem vários tipos de fácies como:
-Litofácies;
-Biofácies;
            -Microfácies;
            -Fácies sísmica;
            -Fácies marinha;
            -Etc..

Os elementos que caracterizam as rochas envolvidas neste conceito são:
- Litológicos (a petrografia, a estrutura);
- Paleontológicos (fósseis de fácies).


Existe também uma classificação criada por Weller no séc. 20  que agrupa os tipos de fácies em três grupos:
I – Fácies petrográficas;
II – Fácies estratigráficas;
III – Fácies ambientais.


Bibliografia:
- TORRES, J. A. V. ; Estratigrafia, Princípios y métodos, 1994

sábado, 30 de outubro de 2010

Descontinuidades sedimentares e estratigráficas

Na deposição dos estratos existem vários factores que controlam e variam a sua contínua acumulação, fazendo com que uma sucessão nunca apresente uma perfeita regularidade.
Essas irregularidades representam descontinuidades que são classificadas de diversas maneiras como aqui vou enunciar.

Classificação de descontinuidades:

·          Descontinuidade estratigráfica:
Surge quando há um intervalo considerável de tempo que separa duas unidades sucessivas.

·         Descontinuidade sedimentar:
Ocorre num intervalo de tempo muito curto, onde se verifica descontinuidade entre duas lâminas. Se corresponder a uma ausência de deposição designa-se por descontinuidade passiva, se houver destruição parcial ou total da lâmina anterior designa-se por descontinuidade erosiva.

·         Descontinuidade diastrófica:
Sucede quando na ausência de uma unidade geológica se associa uma deformação tectónica (discordância angular).

  Manifestações das descontinuidades (contacto entre unidades litológicas)


  • Estratigráfica normal:
                     - Concordante: Sempre que há contacto entre unidades sucessivas.




   - Paraconformidade: A atitude entre as unidades sobreposta é a mesma, mas é costume faltarem depósitos que correspondem a milhões de anos.




               - Intrusivo: Sucede quando corpos líticos são atravessados por um corpo ígneo.



  •  Discordante:
               - Não conformidade: Designa-se pelo contacto entre um conjunto sedimentar e um corpo            
            ígneo ou um conjunto metamórfico mais antigo.



               - Disconformidade: As camadas são paralelas (têm a mesma atitude), mas a superfície de            
            contacto é irregular.



               - Discordância progressiva: Ocorre quando os níveis vão fazendo progressivamente ângulos
            com o substrato.



       - Discordância angular: Verifica-se quando as inclinações do conjunto superior e inferior diferem, fazendo um ângulo entre si.

Mecânico: 
            - falha;
            - deslizamento.


Relativamente à forma como os depósitos sedimentares se dispõem sobre o substrato:

               - Recobrimento transgressivo (“Onlap”): Verifica-se quando as camadas sedimentares se estendem para o exterior da bacia.

               - Recobrimento regressivo (“Offlap”): Acontece quando as camadas sedimentares se vão retraindo, afastando-se do bordo da bacia.

A duração correspondente à ausência de depósitos pode ter valores diferentes:

               - Hiato: Duração muito curta.

               - Diastema: Interrupção curta, sem alteração das condições sedimentares.
            
               - Lacuna: Duração considerável que pode ser avaliada biostratigraficamente (ex: lacuna de uma biozona).


Bibliografia:
http://moodle.fct.unl.pt/mod/resource/view.php?id=132869
- TORRES, J. A. V. ; Estratigrafia, Princípios y métodos, 1994

sábado, 9 de outubro de 2010

Princípios fundamentais da estratigrafia

Princípio do uniformitarismo (das causas actuais)
Este princípio diz que as causas que provocaram determinados fenómenos geológicos e biológicos no passado, são as mesmas que provocam esses mesmos fenómenos no presente. Esses fenómenos são considerados lentos e graduais.

Princípio da sobreposição
De acordo com o princípio da sobreposição, numa série de estratos na sua posição original, qualquer estrato é mais recente do que o estrato que lhe serve de base. Desta forma sucessivos estratos criam uma sequência que nos permite ordenar vários fenómenos.
Existe porém várias excepções como a ocorrência de falhas, camadas invertidas, etc.

 












Princípio da continuidade lateral
As camadas sedimentares têm em várias situações uma grande extensão lateral, em que cada camada tem a mesma idade em todos os pontos que lhe pertencem, o que nos permite saber que os seus limites representam superfícies isócronas, ou seja, que a camada foi formada no mesmo intervalo de tempo.
Esta característica é muito importante pois permite-nos estabelecer correlações da idade entre camadas situadas em lugares muito distantes. Por outras palavras, se rochas, apesar de distanciadas, estiverem entre rochas do mesmo tipo, podemos estabelecer uma correlação de idade entre elas.











Princípio da identidade paleontológica
Este princípio refere que estratos que contêm os mesmos fósseis têm a mesma idade. Porém nem todos os fósseis servem para datar as camadas, só os chamados fósseis de idade, que são caracterizados por grupos de espécies que viveram num curto espaço de tempo, mas que tiveram uma vasta área de dispersão.













Princípio da intersecção                                                                                                              Segundo este princípio toda a estrutura geológica que intersecta outra é mais recente do que ela.











Princípio da inclusão
Este princípio diz que se fragmentos de rochas estiverem incorporados numa outra rocha, então estes são mais antigos do que a rocha que os engloba.










Bibliografia:
- Terra, universo de vida (geologia 11º);

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A estratigrafia caracteriza-se pela área da geologia que tem como objectivo o estudo e compreensão da composição, natureza, génese e distribuição temporal e espacial das rochas.
Rochas estas que se encontram depositadas sob a forma de estratos (camadas rochosas limitadas por superfícies que os separam dos estratos vizinhos), que através da sua observação e características podemos determinar as condições em que se formaram, situá-los temporalmente e espacialmente, e detectar fenómenos neles registados, sendo possível assim a reconstituição da história da Terra.